domingo, 2 de dezembro de 2007

Deu no jornal

Material inspirado nas três linhas por mim merecidas - e a mim dedicadas - no texto de um grande escritor a quem amo a admiro. Como não sou escritora e sim jornalista, em livre adaptação, a minha versão dos fatos fica mais ou menos assim:

Noticias

Manchete do dia:
Caminhão atropela Paixão em frente a Grand’ Hotel



“Será preciso ficar só pra se viver?”, foi o que perguntou atordoada a viúva, de iniciais P.T, depois de ver seu marido ser atropelado por um caminhão na porta do Grand’ Hotel. A vítima era conhecida por todos na região por “Paixão”.
A senhora relata que geralmente seguia para o trabalho acompanhada de seu marido, mas naquele dia, devido uma briga recente, preferiu ficar em casa. Sem lhe dar atenção ou carinho, o marido, que nos dias anteriores ao fato havia exagerado “nas doses”, seguiu apressado pela rua e, ao chegar na altura do famoso hotel, perdeu o equilíbrio, caiu na sarjeta e não conseguiu levantar, sendo então colhido por um caminhão desgovernado que passava pelo local .
Apesar ouvir as explicações dos bombeiros para as possíveis causas do acidente, entre elas o estado de embriagues do motorista e também da vítima, a viúva não conseguia deixar de se culpar pelo acontecido. “Se a gente não dissesse tudo tão depressa, se não fizesse tudo tão depressa, se não tivesse exagerado a dose, podia ter vivido um grande amor!”, lamentava a chorosa senhora.

Fonte: Grand' Hotel - Kid Abelha
Composição: George Israel/Paula Toller

Leia mais:

Cidades
Trabalho escravo: uma tragédia anunciada

Depois de descobrir que aqui não era o seu lugar, Santo Cristo aceitou a proposta de um boiadeiro, pegou um ônibus e foi parar no Planalto Central, onde ficou bestificado com as luzes da cidade e com uma menina linda. “Maria Lúcia, pra sempre vou te amar e mais um filho com você eu quero ter”, afirmava ele já na chegada.
Santo Cristo até a morte trabalhava, mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar e muito menos para voltar para o Piauí. Hoje ele e sua família engrossam a lista de piauienses trabalhando como escravos na capital do país.


Interior
Parece roteiro de cinema


Localizado caixeiro-viajante acusado de falsidade ideológica e aplicação de fraude em concurso ao alegar ser negro e portador de deficiência.
Segundo relatos de amigos, o foragido passou alguns meses em uma tribo indígena no interior do Piauí e agora afirma ter agido sob influência de maus espíritos. “É preciso bater tambor para espantar os espíritos maus da floresta”, diz ele, que pretende permanecer com os índios valentes até a chegada de seu curumim.


Ciência e tecnologia
Absurdo!!!

Após uma vida tranquila curtindo fama e dinheiro como escritor e presidente do sindicato dos astronautas, o primeiro cosmonauta pretende reabastecer seu Sputnik com combustível extraído da cana-de-açúcar para voltar ao espaço e curtir a aposentadoria. “Eu vou pra lua, eu vou morar, lá... Eu sempre consigo o que quero”, insiste ele.


História
“Che Guevara não morreu!”

De acordo com fontes nada sigilosas, depois de passar anos escondido em uma penitenciária de segurança máxima da capital, o famoso guerrilheiro teria deixado o Piauí e estaria vivendo na selva de pedra, cidade mais capitalista da América do Sul.
Homem primata, capitalismo selvagem!

Música
“Discos de ouro”


Mais uma vez, de novo, novamente, pra não esquecer, nas paradas de sucesso de todo o Brasil a música “Por onde andará Stephen Fry”. Totalmente remixada na batida do Hip-hop, a indagação, que ficou famosa na voz e violão de Zeca Baleiro, conta agora com pesada campanha de marketing para reconquistar a audiência. Pode vir recompensa por ai!!!


Polícia
Tropa de elite



Famoso pela semelhança com ator do filme X-Men, capitão campeão em nascimento de herdeiros comemora a chegada de seu n-ésimo oitavo filho. Ele avisa que até o final de sua carreira, pretende treinar seus rebentos para formar uma tropa de elite. Diante da negativa da atual esposa, o capitão disparou: “Tá com medinho, zero cinco, PEDE PRA SAIR!”


Sei tudo que o amor


é capaz de me dar


Eu sei já sofri mas não deixo de amar


Se chorei ou se sorri


O importante é que emoções eu vivi

Emoções
Roberto Carlos


PT Saudações

4 comentários:

  1. clap clap clap!!

    Sem comentários irmã, apenas aplausos pra essa idéia ótima e extremamente criativa!

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  2. ÚLTIMAS:

    O rio da paixão é muito perigoso.
    Só na manhã de ontem morreram mais de quarenta.

    Na rua das Ilusões Perdidas, de tudo se vende, até sorisso, inclusive. Preços promocionais.

    No quintal do tempo se cavou mais um poço. O prefeito acredita que com as moedas arrecadadas, os desejos serão mais baratos.

    Atrás da política, uma coisa é certa, o amor não é diplomático, e o passado falta ao decoro.

    De tanto levar flexada do teu olhar, meu peito até parece tábua de tiro ao alvo. Não há estoque de beijos no Hemopi que estanque.

    No último sábado, o bebim, nanquim, naniquim, últimamente conhecido com Pai do Zeca, recebeu uma grande honraria. Quatorze horas de trabalho.

    O Presidente do Sindicato dos Astronautas adverte: viver é cada dia mais absurdo. Faremos piquete na próxima lua cheia. Aguardamos a presença das librianas.

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  3. Sirsi , quem não te conheçe q te deixe na prateleira, para as pessoas de bom gosto e fino trato ;) Eu q te conheço, rsrsrsrs se pudesse te trazia pra casa, pra alumiar os meus dias de nada!

    Vixe, como diria a "Paula" tu tem a medida exata pra tudo. Tô boquiaberta com a forma despretenciosa q tu diz tudo o q quer da forma mais sutil q tem, isso num é DESABAFO não é POESIA \o/

    Sei lá se eu num soubesse das tuas origens, eu diria q vc é uma cruza perfeita de Chico Science com Zeca Baleiro uterêrê .

    Orgulho de tu tão grande q tu nem magina ;):)

    Bjuss.

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  4. Caramba, como eu fui Bocó, como eu fui imbecil, só agora eu vim ver que cada pessoa é uma matéria.

    E por sinal eu amei a minha.
    A questão é: Iury foi o cosmonauta dono da Vostok (em russo, Leste), Sputink era da Laica, a Cadela que me precedeu.

    Mas tá tudo bem.

    Eu vou pra lua, eu vou morar lá.

    Beijão.

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