sábado, 27 de setembro de 2008

Nós de Libra

Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio.


Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.


Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que tristeza

Que o homem que eu amo seja pra sempre amado

Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.


Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a uma mulher inundada de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corrói por dentro

Seja um dia recompensada

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

Mas a outra metade eu não sei.


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é a platéia

A outra metade é a canção.


E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também.


Metade
Oswaldo Montenegro

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

LIBRA

De 23 de Setembro a 22 de Outubro

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Crônica: Minhas MULHERES DE LIBRA
Eduardo Loureiro Jr.

" Sei que o título é pretencioso — Minhas MULHERES DE LIBRA —, afinal quem sou eu para ter alguma mulher, ainda mais mulheres de Libra, que normalmente são graciosas e lindas além da conta... E acima de tudo sensíveis e independentes. Se escrevo esta crônica nesse momento, é porque as mulheres de Libra não estão lendo. Tenho quase certeza disso porque as librianas todas estão envolvidas com seus aniversários, dando conta de preparativos e convidados para as suas festas de aniversário, e sendo felizes na companhia de seus amigos ao invés de lendo crônicas num site de internet. [...]Minhas librianas foram apenas três. E se digo "apenas" não é para humilhar os demais homens, que talvez não tenham tido a honra de ter uma libriana sequer. Para falar a verdade, das minhas três librianas, eu tive apenas uma. Librianas são difíceis de conseguir, porque há sempre cinco ou seis homens na fila. São aquelas mulheres de quem um homem pensa: Como posso morrer sem tê-la beijado uma vez sequer? E, tendo-a beijado, como morrer sem estar ao lado dela, feliz até o fim? Quem já teve uma libriana e não tem mais — meu caso — é porque não sabe o que é bom. Ou então porque teve uma libriana quando ainda era muito novo — minha desculpa —, e não sabia o tesouro que tinha ao alcance das mãos e dos lábios.Quem conversa com uma libriana tem a sensação de que está conversando com uma das pessoas mais inteligentes do mundo; e, quando acaba a conversa, tem a certeza de que está tocando, beijando, transando com a mulher mais potente e amorosa do mundo. [...]De vez em quando, vejo as minhas librianas que eu nunca tive por aí, ao lado de outros homens felizardos. Já passei da fase da inveja, já não considero mais tais homens pouco merecedores de uma libriana. As librianas também têm o dom de tornar os seus homens melhores, a ponto de eles se tornarem merecedores do amor delas.Minha única libriana que tive um dia, só a vi uma vez depois de tê-la perdido, casualmente, num shopping. De vez em quando — agora, por exemplo —, paro e penso que aquela pode ter sido a última vez que a vi. E o que eu disse? Um boa-noite, um como vai?Como posso morrer tendo dito tão pouco? Se você disser a uma libriana "eu te amo, sempre te amei, e sempre te amarei". E se ela disser "eu também", não haverá mais crônicas a serem escritas. A vida com uma libriana deixa pouco tempo para a literatura".


(Outubro de 2007)

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Tipo assim...

Meu Jardim
Vander Lee


Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores

Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores

Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores

Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho

Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho

Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim

Estou cuidando bem de mim
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