Composição: Herbert Vianna / Leoni
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Meu cantinho favorito
Composição: Herbert Vianna / Leoni
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Mais uma de Natal
Para as crianças o Natal era sempre um momento de muita folia. Os primos mais novos corriam pela casa derrubando refrigerante nos tapetes ou subindo nos sofás e estantes da anfitriã. Os mais velhos, nos quais eu me incluía, geralmente ficavam do portão pra fora, brincado, jogando, fofocando ou mesmo treinando algum passo novo de alguma dança da moda (eita, a lambada).
Os preparativos começavam antes mesmo do mês de dezembro. Uma das tias se encarregava de fazer uma lista com todos os pratos típicos da época: peru, lasanha, arroz a grega, farofa, salpicão... e depois ligava para as famílias para saber o que cada uma se responsabilizaria em levar. Cada família, na verdade, já tinha um prato tradicional, tipo a lasanha da fulana, salpicão da beltrana... tudo já pré-organizado na lista.
Eu agora confesso que desde muito pequena sonhava em fazer parte da “lista” e de tudo que ela representava pra mim. Achava lindo quando alguma tia ou tio casava e passava a levar um prato diferente para a festa. Eu, bobinha, pensava: “Um dia terei o meu prato”. O sonho ficou e eu fui embora pra São Paulo, onde nem de longe a festa de Natal parecia com a de minha infância.
Depois que voltei as festas já não eram como antes, os primos da minha idade já haviam casado ou ido morar fora e os “pivetes de antes” tomavam conta da entrada da casa. Eu me sentia deslocada... Nem tão velha, nem tão nova!
Naquele ano ligaram para o meu celular confirmando se eu levaria o doce e mais: outras tias ligaram perguntando se eu poderia fazer um outro doce para elas.
Apesar de já ser formada, pós-graduada, trabalhar desde o 3º semestre de faculdade, ter casa e carro, só aos vinte e poucos anos fui realmente reconhecida adulta, emancipada da família de meus pais e ainda considerada responsável e digna de assumir responsabilidades perante as outras famílias (claro que tudo isso no meu entender!!!).
Este ano a festa de Natal será num buffet e está sendo organizada por meu primo maravilho, que herdou ou tomou para si, da antiga anfitriã, a responsabilidade de reunir a família, mas que ainda nem era nascido no tempo das listas das grandes confraternizações... É o fim de uma tradição.
Sorte minha que conquistei a "emancipação" a tempo!
Fica então a receita:
Creme de Uva
>1ª camada>1 pacote de biscoito champagne partido ao meio
>2ª camada>1 1/2 kg de uvas partidas ao meio, sem sementes (para as duas camadas)
>3ª camada (creme de leite condensado)>- 2 latas de leite condensado>- 4 gemas>- 2 latas de leite>* Levar ao fogo e mexer até formar uma papa
>4ª camada>- 2 xícaras de açucar>- 2 xícaras de nescau>- 2 latas de leite>- 1 lata de creme de leite sem o soro (colocar antes na geladeira para>separar o soro)>* Leva ao fogo todos os ingredientes (exceto o creme de leite) numa panela>grande para não derramar quando começar a ferver e quando a calda estiver em>ponto de fio, apagar o fogo e colocar o creme de leite.>
>5ª camada>Restante das uvas partidas ao meio
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Um conto de natal: eu, a Lili e o Mário
A minha última grande mágoa foi com a rede de computadores foi a ameaça de uma tradição de anos...
- Verde Lili, mas por quê verde???
- Pra não misturar com os outros que eu já tenho, tia. Papai Noel não tem urso verde????
- Não sei, Lili. Só perguntando mesmo. Mas e se não tiver verde???
- Pode ser azul. Ele tem azul, tia???
E assim eu ia escrevendo as cartas a Papai Noel, sempre tentando ao máximo facilitar o trabalho do “bom velhinho”.Às vezes era mesmo impossível.
- Tia, Papai Noel vem pelo céu???
-Vem sim, Lili, em seu trenó puxado por renas
-E como é o nome da estrela que tem rabinho, tia?
-Cometa, Lili. Por que?
-Tia, então escreve ai na carta que eu quero um par de cometas.
-Quer o que, Lili?
- Um par de cometas, tia.
- E pra que você quer um par de cometas, boneca?
- Pra usar como brinco, tia. E Papai Noel já pega no caminho, né!
- Achar dois cometas vai ser difícil. Pode ser outra coisa?
- Ai, tia, então diz pra ele trazer mesmo um par de estrelas.
O certo é que no início eu me sentia importante porque ela sempre precisava de mim para escrever as dezenas de cartas, depois ela mesma as escrevia, mas íamos juntas entregar as cartinhas ao Papai Noel, no Shopping.
Quando eu e o Mário saíamos às compras de natal, escolhíamos juntos o presente da Lili e aproveitávamos a oportunidade para falar sobre a menina, contar as novidades...
Este ano foi diferente. Mario me ligou pra combinar a data das compras e eu perguntei se a Lili já havia decidido o que gostaria de pedir a Papai Noel.
- Ela já escolheu, sim. Já mandou o pedido.
-Como é que é? Vocês foram sem mim? Por que não me chamaram antes???
- Não, você não entendeu! ELA já escolheu, ELA já mandou, ELA escreveu um e-mail pra Papai Noel.
Com esta explicação o placar abriu com um a zero para a Lili.
Claro que eu fiquei arrasada!Minha amiguinha não precisaria mais de mim pra nada, nadinha no natal: nem pra escrever as cartas, nem pra entregá-las ao bom velhinho... Ao menos pra comprar os presentes, pensei.
- Tá, mas e aí, o que ela pediu???
-Pois é, também não sei. Ela não disse nadinha. O que vamos fazer pra acertar o presente este ano???
Marquei de encontrar-los mais tarde.
Assim que cheguei Lili me deu logo o nosso “tradicional abraço-de-quebrar-costelas” (tradicional até quando a internet inventar o abraço-de-quebrar-costelas virtual).
-Recebeu meu cartão virtual, tia?
-Recebi, Lili. Muito lindo!!!
-E aí, pronta pra ir entregar a carta de Papi Noel?
-Hi, tia. Já mandei por e-mail.
- E-mail? Você não acha arriscado, Lili?
- Arriscado por que, tia?
- Por e-mail você não tem como saber se ele recebeu.
- Claro que tenho! Eu pedi confirmação de recebimento.
Placar: dois a zero pra Lili. Mas eu não desisti!
- E como ele vai fazer pra saber o endereço de entrega se não tem no e-mail?
- Mas tia, todo ano ele vem. Já sabe o caminho.
Três a zero: Nocaut!
Depois ela ficou séria, entrou, falou alguma coisa com o Mário e voltou.
- Sabe, tia, acho melhor a gente ir a shopping falar com Papai Noel.
Ela subiu as escadas correndo como sempre.
- É mesmo, e por quê? Gritei.
-Espera que e vou me arrumar.
Eu fiquei extremamente curiosa pra saber o que ela tinha perguntado ao Mário.
-E então, meu amigo, o que ela perguntou?
- Como e em quanto tempo eu receberia os livros que pedi pela Internet.
- E o que você respondeu?
- Expliquei que receberia por sedex, mas que ainda não os tinha recebido porque os correios estão em greve!
Boa, Mario! Tudo bem, a Lili queria confirmar a forma de recebimento de seu presente de natal com Papai Noel.
Pensei um pouco e resolvi jogar com as “armas inimigas”.
Quando a Lili desceu, toda arrumadinha, com bolsa, batom e porteirinha de fora, perguntei:
- Lili, o e-mail que você mandou a Papai Noel ainda está na pasta de enviados?
- Acho que sim, tia, por quê?
-Você pode encaminha uma cópia pra mim? Eu ainda não mandei a minha carta e não tenho o e-mail do Noel. Aproveito e vejo o modelo da sua.
- Tá, tia, quando a gente chegar, eu mando. Agora vamos que eu preciso entregar uma cópia do e-mail para Papai Noel com o meu endereço e pedir pra ele não mandar a minha Barbie princesa por sedex porque os correios então em greve.
Eu e o Mário sorrimos aliviados!
No caminho ela disparou.
- Tia, se a senhora for mandar uma carta ou um e-mail pra Papai Noel, dá pra dizer que eu fui uma boa menina???
Ela deu um sorriso gostoso cobrindo com a mão a linda porteirinha.
A tradição estava salva!!! Ao menos por enquanto.
A Porteirinha!
Sete anos já fizeste quando fui te visitar
Fiquei encantado a olhar
Com o sorriso que me deste.
Uma linda porteirinha em teus dentes de rato.
Mas nem deves ficar tristeDeixa de lado o recato, deves até tirar um retrato assim...
Lindamente fará bem toda a gente.
Num mundo tão mascarado, o sorriso mais sincero o sorriso desdentado.
Mario Quintana
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Chateação mitolóoooooooooooooooooooogica
Prometeu (em grego, Προμηθεύς — "premeditação") é um titã grego, filho do titã Jápeto e de Ásia (filha de Oceanus) e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio. Roubou o fogo divino de Zeus para dá-lo aos homens, que assim puderam evoluir e distinguirem-se dos outros animais. Também é dada a Prometeu a criação dos homens. Como castigo Zeus ordenou a Hefesto acorrentá-lo ao cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou abutre) ia dilacerar o seu fígado que, por ser Prometeu imortal, regenerava-se. A duração desse castigo era para ser de 30.000 anos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Prometeu
O que este início de texto tem a ver comigo??? Simples: é EXATAMENTE ASSIM QUE EU ME SINTO!!!! Presa e acorrentada no topo de uma montanha, exposta ao vento, ao sol, à chuva e a outras mazelas... sendo obrigada ainda a sentir o Cláudio “bicando” diariamente a minha paciência!
Em momentos assim percebo o quanto o tempo é relativo e que 30.000 anos talvez não tenham sido para Prometeu o que alguns dias são para mim! Eu tenho certeza absoluta que prometeu não foi abrigado a esperar esse tempo passar ouvindo trance. Eu nem sabia que existia tanta musica ruim no mundo!
Não, e ainda por cima, o Cláudio é metido a poeta. Quando está no cumulo de uma crise de pitiatismo, ele dispara frases tão insólitas que nem me atrevo a repetir. A ultima foi sobre “alguma coisa” que ele não iria dar para cheirar porque não era flor! Eu agüento????
É possível que alguns pesem que eu sou extremamente exagerada. Bem, essas pessoas com certeza nunca na vida ouviram o Cláudio cantando!
Ontem mesmo eu acompanhei o Cláudio ao médico e ouvi do próprio especialista que meu amigo tem as cordas vocais comprometidas. “Ta explicado!!!”, disparei eu ao ouvir a notícia... “Agora pronto! Vai espalhar pro diabo e pro cão!”, completou meu amigo.
Agora falando sério
Nem sei mesurar o amor que sinto por esta pessoa tão insuportavelmente chata com quem convivo ha quase três anos.
As nossas brigas diárias sempre deixam espaço para palavras de carinho e conforto e até um tantinho de dengo. Apesar dos gritos e palavras muitas vezes ríspidas que trocamos diariamente no “Monte Cáucaso”, foi ele que me recebeu, me cobriu do sol, me ensinou a deixar as correntes mais frouxas e a não me molhar com poucas gotas de chuva.
Mais que meu colega de trabalho, o Cláudio me abriu a porta de sua casa e me deu novos amigos, novos assuntos, novas razões para sorrir, principalmente dele e de mim mesma.
Eu odeio trance, e não suporto mais Cordel do Fogo Encantado ou drun’bass, ele n curte Kid e acha Vanessa da Mata chatinha. Mas a gente quase sempre entra em acordo e parte para Cazuza, Lulu, Marisa Monte, Tribalistas ou algo que Sim, e quem morrer primeiro vem trazer noticias do mundo de lá (Maria Rita). Hoje eu até gosto do Tuata Dedana...
Entre as muitas músicas que marcam a nossa amizade, e olha que pra todo santo dia tem um estilo e um grupo novo, escolhi esta musiquinha que ele detesta de coração cheio:
Ainda bem
(Ainda Bem
Composição: Liminha/Vanessa da Mata)
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Mais uma de amor...
Ela o acha um metido encantador
Ele a acha super simples e discreta.
Estavam errados!
Ela era falante
Ele era calado
Ela era elegante
Ele era largado
Eles estavam no lugar errado na hora errada
Ela devia estar em casa descansando
Ele saiu pra não ficar sozinho
Ela vestiu a roupa mais confortável
Ele vinha de uma reunião
Eles se cumprimentaram
Ela ria
Ele exagerava
Ela não dizia nada
Ele não se calava
Eles se encararam por tempos
Ela não o levava a sério
Ele já sabia que ficaria com ela
Ela encontrou uns amigos
Ele leu mil panfletos
Foram embora juntos e não se largaram por uma semana.
Ele viajou a trabalho
Ela curtiu a balada
Ele sentiu saudade e ligou
Ela quis vê-lo novamente
Ela o adicionou no orkut e Ele a convidou para o MSN...
...nos tempos modernos é assim!
Ele: Eu não sei oq tá acontecendo mas estou com muita saudade eu não paro de pensar em vc, eu gostaria muito muito mesmo de esta com vc deita ao seu lado sentir teu gosto,cheiro,calor,boca,alma e tudo que vc tem de bom, sem duvidas foi o melhor fim de semana que passei aí, quero voltar logo não aguento mais!! beijos não esquece não gosto muito muito muito muito muitp muito de tu... ainda quero reverter o placar. Beijos
Ela: Fácil demais se acostumar com o que é bom... teu cheiro, tua voz, teu jeito de ficar me olhando quando eu falo alguma coisa que vc não se importa... a forma como nos permitimos viver um tempo um para o outro. Foi muito bom ganhar teu colo depois de um dia estressante no trabalho, foi bom deixar os problemas da escada pra baixo e viver no mundo da lua contigo, te ouvir contar loucuras e sandices... te beijar... te querer quieto e te querer insano depois de um cigarro... Afinal, o que foi que vc fez comigo???? Será que dá pra fazer de novo???? bjs, bjs e mais bjsPs: se abusar de mim, avisa, ta!
Ele: “A onda ainda quebra na praia,
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
Pensando nós dois”.
Marcaram o encontro para as próximas férias, acreditaram que o amor poderia esperar...
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Eu, a Lili e o Mário
e nem se quebra, Lili (...)”.
Passeando pelos corredores da escola onde trabalho, encontrei o meu querido Mário que há muito tempo não via. Ele fez logo questão de informar-me que Lili, minha amiguinha tão querida e tão esperta, havia perdido o primeiro dentinho e exigia que eu cumprisse a minha promessa de levá-la a um passeio assim que aquele fato ocorresse. Perguntei então se eu não poderia de levá-la ao parque naquela noite. Aceita a minha proposta, marcamos a hora do encontro.
Na hora marcada eu já estava na sala da casa do Mário, perdida entre risos e lembranças. Pouco tempo depois avistava aquela garotinha descendo as escadas com o seu sorriso de vidro agora incompleto.
-Tia, pensei que não viesse mais! Olha, guardei o dente pra te mostrar. Disse a menina enquanto me abraçava com o “abraço de quebrar as costelas”, que eu a havia ensinado. Depois, sob o olhar atento de Mário, jogamos o dente no telhado da casa e saímos.
Como prometido, levei Lili ao parque, onde ela andou em todos os brinquedos pelo menos duas vezes. Vendo a sua alegria, quiz eu que ela guardasse uma lembrança daquela noite tão feliz. Resolvi então lhe comprar um balão.
Mal amarrei o barbante em seu dedo, a cordinha arrebentou e, apesar dos meus esforços, o balão subiu. Ela, depois de sorrir de meus pulos, com um olhar triste se pôs a acompanhar todo o percurso do fujão até que este sumiu na noite escura. Ficamos a duas ali paradas, quietas, por motivos diferentes (eu estava exausta), até que ela quebrou o silêncio.
- Tia, para onde vai o balão?
Confesso que aquela pergunta me pegou desprevenida, mas respondi como aprendi:
Ele vai subindo pra bem longe, até o céu.
Ela pensou por alguns instantes...
- Tia, ele não vai assustar os passarinhos?
- Como é, não entendi?
- Os passarinhos não vão ficar assustados quando encontrarem o balão no céu?
-Acho que não, já que estão acostumados com tanta coisa no céu.
- Que tanta coisa, tia?
-Pássaro, balão, avião... E além do mais, nessa hora os pássaros já estão dormindo, Lili.
Ainda perguntei se ela não gostaria que a comprasse um outro balão, mas diante da negativa, fiquei sem saber o que fazer. Ela pegou na minha mão e seguimos taciturnas ate o carro. Ela ligou o rádio e escolheu uma música qualquer.
- Tia, e nos aviões?
-O que tem os aviões, boneca?
- As pessoas nos aviões não vão se assustar com o balão?
- Acho que nem dá tempo de ver o balão de dentro do avião, Lili.
- E se o balão ficar preso no vidro do avião, que nem essa folha, tia? Disse ela apontando para o pára brisa do meu carro, onde, de fato, havia um papel.
- É, aí fica complicado, porque não vai dá para o piloto parar o avião numa nuvem pra puxar, né?
Rimos da situação até que estacionei o carro e puxei o folheto.
-Tia, o balão sobe até em cima das nuvens?
Percebi aí o quanto a minha brilhante idéia de comprar um balão tinha sido ruim.
- Sobe Lili, por quê?
- Porque os anjos ficam nas nuvens, não é, tia?
Pensei um pouco e respondi.
- É
-Então eu vou rezar e pedir para o meu anjo da guarda dar uma olhadinha pra ver se algum outro anjo não achou o meu balão. Disse ela.
Não tive como negar que, diante dos fatos, aquilo era uma boa idéia e resolvi acrescentar:
- Explica direitinho como era o seu balão, Lili, porque os anjos devem ter muitos balões passando por lá.
Ela me olhou, fez que “sim” com a cabeça e voltou a rezar. Depois de um tempo ela disse:
- Pronto, tia, já falei com ele e expliquei bem direitinho... qualquer coisa ele deixa lá em casa mais tarde.
Dei um beijo naquela cabecinha tão pensante. Logo estava parando na frente da casa de meu amigo Mário. Lili me puxou para perto de si, me deu um beijo bem estalado e um outro abraço “de quebrar as costelas”.
- Tchau, tia, obrigada, adorei tuuudo! Vem me ver logo, tá?
- Tá, venho sim! Tchau, querida, fica com Deus!
Ela desceu e correu para os braços do pai que já a esperava na porta. Os dois ficaram acenando enquanto eu dava meia-volta no carro.
Mais ou menos uma hora depois estava chegando em casa. Desci do carro e voltei a pensar na menina e no seu balão.
-Ai, Lili, eu acho mesmo é que o seu balão fugiu porque se apaixonou pela lua. Espero que ele não tenha estourado na ponta de nenhuma estrela. Dorme bem, Lili e sonhe com os anjos e seus balões.
Lili, a menina dos meus olhos de outrora, acordou na manhã seguinte rodeada de balões de todas as cores.
“(...) E obrigado, menina,
pelos nossos encontros,
domingo, 2 de dezembro de 2007
Deu no jornal
Noticias
Manchete do dia:
Caminhão atropela Paixão em frente a Grand’ Hotel
“Será preciso ficar só pra se viver?”, foi o que perguntou atordoada a viúva, de iniciais P.T, depois de ver seu marido ser atropelado por um caminhão na porta do Grand’ Hotel. A vítima era conhecida por todos na região por “Paixão”.
A senhora relata que geralmente seguia para o trabalho acompanhada de seu marido, mas naquele dia, devido uma briga recente, preferiu ficar em casa. Sem lhe dar atenção ou carinho, o marido, que nos dias anteriores ao fato havia exagerado “nas doses”, seguiu apressado pela rua e, ao chegar na altura do famoso hotel, perdeu o equilíbrio, caiu na sarjeta e não conseguiu levantar, sendo então colhido por um caminhão desgovernado que passava pelo local .
Apesar ouvir as explicações dos bombeiros para as possíveis causas do acidente, entre elas o estado de embriagues do motorista e também da vítima, a viúva não conseguia deixar de se culpar pelo acontecido. “Se a gente não dissesse tudo tão depressa, se não fizesse tudo tão depressa, se não tivesse exagerado a dose, podia ter vivido um grande amor!”, lamentava a chorosa senhora.
Fonte: Grand' Hotel - Kid Abelha
Composição: George Israel/Paula Toller
Leia mais:
Cidades
Trabalho escravo: uma tragédia anunciada
Depois de descobrir que aqui não era o seu lugar, Santo Cristo aceitou a proposta de um boiadeiro, pegou um ônibus e foi parar no Planalto Central, onde ficou bestificado com as luzes da cidade e com uma menina linda. “Maria Lúcia, pra sempre vou te amar e mais um filho com você eu quero ter”, afirmava ele já na chegada.
Santo Cristo até a morte trabalhava, mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar e muito menos para voltar para o Piauí. Hoje ele e sua família engrossam a lista de piauienses trabalhando como escravos na capital do país.
Interior
Parece roteiro de cinema
Localizado caixeiro-viajante acusado de falsidade ideológica e aplicação de fraude em concurso ao alegar ser negro e portador de deficiência.
Segundo relatos de amigos, o foragido passou alguns meses em uma tribo indígena no interior do Piauí e agora afirma ter agido sob influência de maus espíritos. “É preciso bater tambor para espantar os espíritos maus da floresta”, diz ele, que pretende permanecer com os índios valentes até a chegada de seu curumim.
Ciência e tecnologia
Absurdo!!!
Após uma vida tranquila curtindo fama e dinheiro como escritor e presidente do sindicato dos astronautas, o primeiro cosmonauta pretende reabastecer seu Sputnik com combustível extraído da cana-de-açúcar para voltar ao espaço e curtir a aposentadoria. “Eu vou pra lua, eu vou morar, lá... Eu sempre consigo o que quero”, insiste ele.
História
“Che Guevara não morreu!”
De acordo com fontes nada sigilosas, depois de passar anos escondido em uma penitenciária de segurança máxima da capital, o famoso guerrilheiro teria deixado o Piauí e estaria vivendo na selva de pedra, cidade mais capitalista da América do Sul.
Homem primata, capitalismo selvagem!
Música
“Discos de ouro”
Mais uma vez, de novo, novamente, pra não esquecer, nas paradas de sucesso de todo o Brasil a música “Por onde andará Stephen Fry”. Totalmente remixada na batida do Hip-hop, a indagação, que ficou famosa na voz e violão de Zeca Baleiro, conta agora com pesada campanha de marketing para reconquistar a audiência. Pode vir recompensa por ai!!!
Polícia
Tropa de elite
Famoso pela semelhança com ator do filme X-Men, capitão campeão em nascimento de herdeiros comemora a chegada de seu n-ésimo oitavo filho. Ele avisa que até o final de sua carreira, pretende treinar seus rebentos para formar uma tropa de elite. Diante da negativa da atual esposa, o capitão disparou: “Tá com medinho, zero cinco, PEDE PRA SAIR!”
Sei tudo que o amor
é capaz de me dar
Emoções
Roberto Carlos
PT Saudações