sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Casar é melhor!




Na quarta- feira a tarde a Lili me ligou no meio do expediente perguntando se poderia passar todo o fim de semana comigo. Na hora achei o pedido estranho mas disse a ela que ligaria mais tarde para combinarmos direito, porque estava no meio de uma audiência publica fazendo fotos.
Mais a noite, liguei para o Mário, que foi logo explicando que precisaria viajar a trabalho e, por sugestão da menina, queria saber se eu poderia recebê-la no meu apartamento por apenas dois dias, caso ela não fosse atrapalhara a minha “lua de meu”.
Avisei ao Mário que meu marido viajaria naquele fim de semana e por isso mesmo seria muito bom que a Lili viesse ficar comigo.
- Será um fim de semana só de meninas! - Avisei.
Na sexta a noite, assim que saí do trabalho, fui buscar a menina, que como de costume, me recebeu com um abraço de quebrar costelas.
- Que saudade, tia. Pensei que nem lembrasse mais de mim!
- O,i meu amor, é claro que eu me lembro de você e por isso mesmo achei ótima a sua idéia de passar esses dias comigo.
- Um fim de semana só de meninas, né. tia!
-Exatamente, meu amor!
- E pra onde foi o tio, tia?
- Viajou a trabalho, meu bem, mas já ta voltando. Mas ele deixou um beijão pra você.
Assim, desejamos uma boa viajem e nos despedimos de Mário. Entramos no carro e fomos para o meu apartamento.
No caminho, resolvemos parar nuam pizzaria e pedimos uma pizza de calabresa: a preferida da Lili. Depois, fomos tomar sorvete duplo de casquinha,: pra mim, dragão vermelho e pavê, pra ela, brigadeiro e morango com, muita cauda de chocolate. Conversamos sobre a escola,. Sobre a Betinha, sobre a cachorra da vizinha, sobre o novo filme da Harry Potter e sobre as estrela...
Já chegando no apartamento, Lili jogou a mochila e correu porta adentro, entrou nos quartos, no banheiro, passou pela varanda e voltou para a cozinha, onde abriu a geladeira e disse:
- Quanta coisa gostosa tia! É tudo seu?
É lógico que a minha geladeira não fica sempre tão cheia, na verdade, como eu passo o dia todo fora, acabo comendo de quentinha, a noite, como no shopping ou acabo comprando um pãozinho pra tomar com café e leite, mas como sei que a Lili gosta dessas coisas de crianças, passei no supermercado e enchi sacos e sacos de guloseimas: bolacha, danone, suco, fruta, sorvete, queijo, presunto, pizza, refrigerante, tudo pro fim de semana.
- É tudo pra gente, linda!
Ai eu expliquei para Lili que ela tinha a opção de ficar no quarto de hospedes ou dormir comigo. Ao que ela perguntou:
- Você pula na cama tia?
-Não, meu amor, por quê?
- Ora, tia, quando o tio viaja você fica com uma cama enorme só pra você e não pula?
- Bom Lili, é que se a gente pular na cama pode quebra alguma coisa, ou pior, a gente pode cair e quebrar um braço ou uma perna...
Ela pensou, pensou...
- E andar molhada pela casa, você anda, tia?
- também não, amor, so quando esqueço a toalha, mas porque estas perguntas??
- Mas você dorme bem tardão. Tia?
- Nada! Durmo até cedinho porque saio cedo e volto muito cansada do trabalho.
- Ela pensou, pensou...
- Mas beber na boca da garrafa você bebe, né tia?!
- Ri bastante e respondi:
Na verdade, só quando a coca- cola já ta bem no finzinho... ma eu prefiro beber no meu copinho de inox, quer ver?
Ela fez que sim com a cabeça e então fomos ate a cozinha pra pegar o copinho na geladeira.
- Ma é um copo comum, tia, tipo o de todo mundo!
- Mas o meu tem o meu nome gravado, então é só meu! Você quer um copinho igualzinho, só pra você Lili?
- Acho que sim, tia!
Bom, naquela noite começamos a assistir um filme que tínhamos alugado mas Lili acabou pegando no sono bem cedo e eu fiquei pensando naquelas pergunta, até que me toquei que quando a gente é criança pensa que quando crescer e tiver uma casa todinha nossa a gente vai poder fazer essas coisas que os pais não deixam a gente fazer tipo pular na cama, andar de calcinha pela casa e ate beber na boca da garrafa...
No dia seguinte, acordei a Llili bem cedo toda melhada e enrolada na toalha, aí fomos passar a manha no clube. Almoçamos coxinha de galinha com farofa comendo com as mãos, depois fomos ao supermercado e compramos garrafinhas coloridas, uma pra cada, para podermos beber na boca.
Para a tarde compramos um montão de revistinhas e fizemos guerra de pipoca no tapete da sala e, por fim, pulamos na antiga cama de molas que fica no quarto de hospedes.
A noite alugamos um montão de desenhos e ficamos “pescando”até bem tardão, tipo assim umas onze horas...
No domingo acordamos tarde e fomos para a missa das 10h, depois almoçamos sanduíche e resolvemos fazer um bolo de chocolate para o Mário. Nem precisa dizer que a cozinha ficou uma bagunça e com um terrível cheiro de ovo que só de pensar consigo até sentir... eca! Enquanto esperávamos o bolo ficar pronto, lambemos as vasilhas e comemos uma “parte” do brigadeiros da cobertura... mas o bolo ficou lindo que só vendo!
Por volta das cinco horas tomamos banho e ficamos secando sentadinhas na varanda só de toalha. Uma penteando o cabelo da outra, fazendo maquiagem e pintando as unhas.
Depois, descascamos e torramos amendoim e pedimos uma pizza de queijo e coca-cola para a janta. Ás oito horas já estávamos deitadinhas na cama assistindo vídeos antigos dos meus aniversários. Lili morreu de rir com as roupas e com os penteados, mas o que ela gostou mesmo foi de ver minhas amigas de hoje bem novinhas.
- Nossa, tia, vocês eram meninas muito feinhas e o seu gosto pra roupa ta melhor agora, viu!
- Brigada, Lili, mas aquela roupa de couro com bota e cobrinha no cabelo era o ultimo grito da moda, viu! Eu esta super in!
- in- pagável, né tia?!?
Dormimos grudadinhas comentando as histórias de como era a minha infância.
Na segunda-feira, acordei com a campainha tocando: era a dona Francisca, a faxineira, que quase pediu as contas quando viu a situação em que se encontrava a casa. Como já estava deveras atrasada, liguei pro trabalho e avisei que estava doente, tipo assim, com dor de barriga, e voltei a dormir de costela com minha sobrinha.
A tarde, levei a Lili até a escola e combinei de busca-la as cinco para irmos pegar o Mario já com o bolo. A previsão era que o vôo de Mario chegasse por volta das seis horas. E aasim fizemos.
Enquanto esperávamos o avião do Mário no aeroporto, Lili me perguntou?
Tia, se morar sozinha é tão bom, porque você se casou?
Eu poderia dizer que quando a gente ama quer ficar com a pessoa amada o tempo todo: quer dormir junto, acordar junto, contar tudo que aconteceu, o que pensa, o que sonha, quer discutir planos, quer construir idéias, que cheirar, abraçar, beijar... mas preferi responder assim:
- Há, meu amor, porque casar é melhor ainda!



3 comentários:

  1. Realmente meu amor, tenho que concordar com vc! Casar é muito melhor! A Lili não sabe o quanto é bom dormir, acordar, ter a pessoa que gente ama bem pertinho da gente! Ah, estou com muita saudade! Saudade da minha esposa, da nossa casa, da nossa vidinha de casados, da nossa família!

    Te amo muito!

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  2. ai, ai... as crianças fazem a gente despertar para coisas que julgava sem importancia, e nos ensinam a valorizar ainda mais outras tantas... adorei!

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