Deixa eu dizer uma coisa...

Nos últimos meses eu andei mais que atropelada, num sei por onde anda o presidente, nem qual foi a última escalada do dólar a não ser pelo que vejo no jornal, já no dia seguinte, mas teve um caso que prendeu de todo a minha atenção:o da Eloá.

O fato é que eu tive um MAC na minha vida. MAC, pra quem não sabe é o diminutivo de Macaco, que é como eu e minhas amigas chamamos os psicopatas que passaram pela nossa vida. No meu vocabulário MAC é o Nível 1, o pior de todos, pior até que MOLEQUE, que pra mim é nível 2.

No começo tudo eram flores: ele se mostrava muito carinhoso com as minhas amigas, fazia questão de ir me buscar na faculdade, deixar no trabalho e de passar todo o fim de semana comigo na casa dele...

Do meio pro fim, até as caronas eram uma imposição, eu já não podia sair sem avisar pra onde ia. Minhas amigas “ganharam” defeitos terríveis, que eram ampliados a cada briga que tínhamos. Eu sentia falta delas e elas de mim!

Não vou detalhar tudo mas na véspera de minha conclusão de curso eu vivia triste, havia perdido uns 10 quilos, não comia, não saia, tinha medo até de olhar para os lados, não falava nada. Eu era um corpo sem alma, sem brilho, sem vontade...

Graças a Deus foi nessa época que minha mãe se meteu! Me sacudiu, me proibiu de sair de casa, o proibiu de chegar ao menos perto de mim fosse em casa, na faculdade ou nos meus trabalhos... Quase todos os dias ela se sentava comigo no computador para me acompanhar no desenrolar da minha monografia, que até então era inexistente.

Minhas amigas também fizeram um mutirão. Todos os dias nos ligávamos ou nos encontrávamos para saber quantas folhas tínhamos, o que faltava pra uma, o que a outra tinha achado, pra emprestar uma máquina fotográfica, um computador, uma impressora...

O “coitadinho” ligou, apareceu, ameaçou, literalmente escreveu um artigo num jornal de Teresina contando o seu drama... mas aí ele não podia mas fazer nada contra mim pois minha mãe deixou claro que se eu ao menos topasse, já teria uma queixa formal na policia contra ele e nem queria saber se ele era general ou coronel.

Não vou mentir (pq quem me conhece sabe do que eu tenho medo), mas durante as solenidades de formatura tive medo de ele entrar atirando e matando todo mundo. Esse medo só acabou quando “aquele” colega querido, durante a valsa de formatura, me chamou pra dançar... Então tudo parecia um conto de fadas, tudo estava lindo, minha família feliz, minhas amigas radiantes e lindas dançando ao meu redor e eu tinha um príncipe...

A noite não terminou bem, entre outras coisas porque o primo de uma amiga brigou com um professor homenageado e também porque no cúmulo da minha loucura eu jurava que tinha visto o “meu príncipe” com outra menina, que só depois descobri que era a irmã dele... mas essa é outra história.

Conclusão

No final, dei conta de tudo: estava bem no trabalho, apresentei a minha monografia e passei com 10, estava saindo com "aquele" colega de turma que tinha ficado bem mais próximo, e além de tudo, estava magérrima para a minha formatura.

O que eu quero com tudo isso? Só dizer que isso pode acontecer com qualquer uma - como infelizmente eu mesma vi acontecer igual ou muito parecido com algumas amigas - e afirmar que tudo passa, que as coisas melhoram, que novas decepções acontecerão sempre... Porque a gente só se decepciona com quem a gente ama!

Mas a vida é assim: nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar!

Voltas da vida

Dia desses reencontrei o MAC durante um evento que eu estava coordenando e ele foi convocado para me ajudar. Durante todo o tempo ficamos lado a lado, ele de cabeça baixa, sem sequer olhar para mim. Eu, dona de mim, controlando tudo que acontecia.

No final, cheguei perto dele e sussurrei:
- Eu nunca pensei que pudesse ficar tão feliz em te ver. Obrigada pela força!

Ele ainda sem graça me olhou e esboçou um sorriso amarelo.

Naquela hora um anjo ganhou asas no céu.

Apesar deste e de outro episódios, reafirmo que ainda acredito em contos de fadas e finais felizes, SEMPRE!!!!

Porque eu tenho alma de borboleta!